11 de abril de 2008

Educar é...

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Etimologicamente, a palavra educar origina-se do latim ec-ducere que significa eduzir. No alemão, corresponde à palavra erziehen, formada por ziehen, que significa puxar, arrancar; e pelo prefixo er que denota um movimento completo para fora. Logo, educar é trazer para fora, é extrair de uma pessoa algo que a torne transformada. É, de certo, também, uma ação interativa e dialética realizada entre as pessoas que atuam na sociedade e nela estão imersas. Bem assim, educação é o processo que renova uma pessoa, extraindo-lhe ou libertando-lhe suas potencialidades criadoras. Ou como diria Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido: “os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.

Desse modo, educar é produzir conhecimento inovador que dá feição nova à realidade, à sociedade. Basta lembrar dos inúmeros conhecimentos elaborados pelo homem ao longo dos séculos em filosofia, literatura, artes, ciências e tecnologia que outrora transformaram o mundo e hoje produzem saberes (no sentido mais amplo da expressão) de alta qualidade e darão um contributo de grande valor ao patrimônio comum da cultura humana. Aqui aparecem os conflitos de interesses inerentes ao fato de que conhecimento implica a aquisição, a manutenção e a reinvenção do poder.

Do ponto de vista econômico um país que não investe maciçamente em educação está fadado a se manter em um estágio de subdesenvolvimento. A educação libertadora proposta por Paulo Freire, mesmo dentro de um sistema capitalista, pode aproveitar-se das contradições intrínsecas à sociedade para alavancar a verdadeira finalidade do conceito de educação: educar para a transformação. Apesar da dominação da contra-educação, já confundida com aquele conceito, Paulo Freire recomenda uma paciência impaciente, de um lado, e uma impaciência paciente, de outro, como os pilares básicos de uma pedagogia de esperança. Portanto, não é inoportuno aproximar o seu pensamento com o de Heráclito (Fragmento 18): “Se não tiveres esperança, não encontrará o inesperado, pois não é encontradiço e não é inacessível.”

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